domingo, 15 de março de 2009

Olha que coisa mais linda...

Que olhar era aquele
cheio de doçura,
algo de puro residia naqueles olhos,
quando falava as palavras
saiam timidamente de boca,
o gracejo de seus movimentos
inibia a macula dos desvalidos,
a solicitude de seus olhos desamarrava
o rosto mais enrudecido,
ouvir aquela voz que mansamente
resplandecia mais sua terna beleza,
quando caminhava trazia
o ímpeto da obstinação pela vitória,
passos cadenciados pela bossa nova da vida
caminhava com esmero,
no sobressalto de seus pensamentos
não existia espaço para incertezas,
sabiamente traçava planos futuros
era resguardada pela paternalidade
que lhe fora cedida nessa vida,
levava em seus braços a ingenuidade
de uma habitual vida sem revide,
observar seus passos
era vislumbrar a solenidade de sua beleza,
arqueava seus pés
pela inquietude de sua alma,
era ainda uma menina
com nuances de mulher,
menina ainda que usava
meias coloridas e listradas,
que denotavam a inocência
de cada amanhecer,
tinha tatuado em seu corpo
a branquitude das noites de luar,
era apenas mais atrativo
para o cândido amor.