sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Nossas raízes

As raízes daquela árvore estavam expostas no tempo,
ficavam ao relento,
ouviam os ruídos dos asfaltos,
os lampejos de dias nublados,
e recebia gracejos de espivetadas crianças,
e assim fincada num passado,
eu pensava em um futuro,
observando ela no meu presente.

Se ela sorri-se pra mim,como eu sorrio pra ela...

Lá estava ele descendo as ruas de sua vida.Amiúde,como sempre observava as pessoas.
Todavia,elas olhavam para ele,com olhares inquisitórios,franziam a testa,e haviam outras que balançavam a cabeça em negação.Ele por sua vez,não entendia ou talvez fingia não entender,de certa forma,pensava ser melhor assim.
Continuava seguindo seu caminho,sempre olhando seus passos.Até que um dia decidiu.Olhar adiante,foi então que viu.Reparou que naquelas manhãs,o Sol nascia,logo ali na sua frente,e até então,não havia dado a mínima para aquela imensa bola de fogo que visualizara.Sentiu-se como os outros,o Sol nascera para ele também,sorriu.E aquele singelo sorriso deu início a um pensamento que colocou em pratica.
Começou a sorrir para ela,para assim então ela sorrir igualmente,para ele.
Tinha apenas um desejo naquele momento encontrá-la.
E pensou.
Se ela sorri-se pra mim,como eu sorrio pra ela...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Ambíguo

Ele estava com uma cara esquisita.Ficou diferente depois do acontecido,todos notaram,só ele que não.E negava com veemência,-Não continuo o mesmo!
Todos sabiam que era da boca pra fora.
Disse adeus,como era de se esperar ninguém acreditou.
Ficaram perplexos com a firmeza de seus passos.
Passos esses que depois do acontecido,denotavam maturidade,falou um amigo-É realmente ele mudou...
Mas o que aconteceu,ninguém tinha o conhecimento,apenas um amigo que não era tão próximo assim,disse:É dinheiro ou mulher,é um dos dois,ou será os dois...
Nenhum deles tinha certeza de nada,aliás a única certeza que tinham era que ele mudara e estava dizendo adeus...Mas adeus???Pra quem???Ou melhor para o quê??
Nessa hora ninguém tinha certeza de nada...
Por vias da dúvida,um amigo se aproximou e o interpelou:-Como assim adeus?Você quer dizer adeus de,tchau até mais ou à Deus?Tipo promessa...
Ficou quieto por alguns segundos e olhando para grupo que era formado pelas palavras que criaram expectativas.
Apenas disse:-A jornada é longa...
Foram palavras de transmitiam uma ambiguidade,como só ele conseguia fazer,sempre fora expert nisso.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Fragmentos expostos

Estava diante de si,encarando-se no espelho que refletia nada mais do que uma imagem fragmentada.Desviou o olhar,pois aquela figura nada se assemelhava a ele.
Pensou nela novamente.
Aliás sonhara com ela na noite anterior.
Porquê?Pensou.
Não tinha a resposta pra isso.E sorriu quando pensou que não tinha respostas pra nada nesta vida.
Mas todos os dias são novos dias,não é?
Sempre existirá uma rota e um destino e no meio você encontrará a isolação.Será que está é uma resposta?Ou talvez o meio é o caminho mais curto para o fim.Riu novamente,achou que estava ouvindo muito Joy Division,achou que já estava lhe influenciando.
Olhou ao redor do vazio que se pronunciou à ele,e não deu a miníma para aquele fato,estava ciente de que com um simples toque a "bolha"estouraria,não havia motivos para pânico,só se começasse a ouvir Smiths,ria daquele pensamento.
Enquanto procurava visualizar os fragmentos expostos,estava a procura da cura de todo mal e nesse interim fingia ter paciência com a mesmices mundanas.

domingo, 12 de agosto de 2007

Talvez amanhã fosse diferente

Já estava claro,mas as luzes da cidade ainda permaneciam ligadas.Logo percebeu que seus olhos se encontravam na escuridão,por este motivo ainda via luzes,nas esquinas.
Decidiu caminhar,como outras vezes,sem destino.Só queria sair por aí sem a preocupação prévia da volta.
Acompanhava,sem saber porquê,os trilhos de uma linha ferrêa,talvez para não se perder,ou para saber que a qualquer momento podia voltar de onde veio.Via os edifícios,a face de uma cidade desfigurada,o mundo girava debaixo de seus pés.
Talvez amanhã fosse diferente.

domingo, 5 de agosto de 2007

Paradoxo

O sol nasceu.
E raiou fustigando suas decisões.E com o nascimento da estrela que jazia às 18:00hs de todos os dias.Uma outra surgia para sucede-la,e inebriava os becos escuros.E lá de cima calada fazia nossos passos tornarem-se dissimulados.
As chamas da estrela que nascia todos os dias,acalentava qualquer alma desprovida de solenidade,o calor de todas as manhãs aquiescia os mais variados sorrisos.Crianças despreparadas para a perda da ingenuidade,brincavam na luminosidade que não se podia apagar com interruptor.
Ficavam ali a mercê de sombras corriqueiras,que surgiam para assustar aqueles pequenos corpos intrépidos,à procura de aventuras no começo de sua longa vida.Fanfarronas como sempre, brincavam de pega-pega,esconde-esconde,e por fim pintavam o sete.
Mas logo,sem nenhum aviso prévio,no seu imenso mutismo,lá do alto surdinamente aparecia peremptóriamente.Ela.Dissimulando nossos passos e dando sinuosidade aos nossos pensamentos. Trazia junto a ela,um brilho indefectível e intermitantemente belo.Com sua chegada éramos transmutados a outra órbita.
Haja visto,a dissimulação de nossos passos,que tortuosamente era carregada por ela.Dava-nos um ar deletério e sombrio por vezes.
Uma Diáspora era formada nesse instante,abria-se uma fenda entre os mundos.Podia-se ver as galáxias,viajar nas órbitas geladas de Júpiter,ou apenas olhar e esperar um dia melhor.
No principio dessa tormenta,todos sem a excepção tornavam-se emancipados,para compreender melhor o paradoxo da vida.Mas até hoje ninguém fora anunciado com a tal resposta,pois como sempre partíamos da prerrogativa de apenas viver,curtir e apreciar as cores da vida e assim deixavamo-nos de lembrar que até em dias ensolarados existem sombras,mas sabia-se que alguém em algum lugar tinha essas elucidações.